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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Halo CE Aniversary



A história de Master Chief, um dos últimos sobreviventes do programa Spartan-II, e da eterna guerra entre meia dúzia de humanos e uma horda de diferentes raças alienígenas será contada novamente agora, uma década depois, com gráficos e sons melhorados, como parte da primeira investida da 343 na franquia Halo após o término da parceria da Microsoft com a Bungie.

E lá se vão dez anos...

É complicado falar de um remake. Será que é justo avaliar um game de dez anos atrás do mesmo jeito que um lançamento é avaliado? Não apenas as mecânicas dos jogos vão evoluindo, evoluem também as expectativas dos jogadores com relação aos jogos. Halo: Combat Evolved foi suficientemente revolucionário em 2001 para basicamente criar o mercado de shooters em primeira pessoa para consoles. Mas ele o fez porque a concorrência era quase inexistente (de cabeça eu lembro de No One Lives Forever e Perfect Dark) ou porque era bom mesmo? Para mim, é porque era bom de verdade.

Falando em essência e mecânicas, Halo: Combat Evolved é linear, mas quase tudo ali pode ser explorado. Os cenários, em sua grande maioria, são vastos, e algumas vezes o jogador não saberá para onde seguir, ou ficará perdido sem saber se já passou por ali antes (mas a personagem de inteligência artificial Cortana está ali para ajudar...). Nada da parede invisível que impede o protagonista de ir para o outro lado do mapa, por exemplo. Resquício da época em que jogo era jogo mesmo, sem qualquer esforço de negar as origens de jogo de computador.

Nos primeiros minutos, comandar Master Chief pelos imensos cenários nos faz lembrar como era a primeira geração de games do primeiro Xbox, com movimentação meio travada e personagens não-jogáveis com trejeitos estranhos. Não que tudo isso tenha melhorado muito, mas o “esqueleto” do jogo como um todo parece não ter evoluído na mesma pegada dos gráficos.



Evolução técnica


O mesmo dá para dizer da dublagem. Fuzileiros espaciais com sotaque de rapper e gritos muito exagerados quando são abordados pelos Covenant destoam do resto da obra. Por outro lado, a trilha sonora original do jogo foi toda refeita e orquestrada por Paul Lipson (já trabalhou em BioShock 2), Lennie Moore (Star Wars: The Old Republic), Tom Salta (Prince of Persia: The Forgotten Sands) e Brian Trifon (Assassin’s Creed II). Dadas as credenciais e ouvindo o trabalho que esses caras fizeram, dá para dizer que Halo: Anniversary possui umas das melhores e mais completa seleções de músicas originais da história ocidental do vídeogame. Para quem tiver oportunidade (e gostar da série, claro), vale muito a pena tentar encontrar a trilha sonora que saiu em dois CD e que, infelizmente, é muito difícil de achar no Brasil).

Mas vale a pena continuar dando uma chance ao velho Halo: a cada missão, a cada cutscene, a cada parte nova descoberta pelo cenário, fica mais evidente o porquê de Halo: Combat Evolved ser um dos games mais influentes da história da indústria de jogos eletrônicos. É tudo grande e vasto, e o design dos cenários e inimigos ajuda a criar um grau de imersão que eu só lembro de ter esperimentado na geração atual com BioShock e Red Dead Redemption. 

Aí você lembra que também dá para jogar com os gráficos de 2001, ao apertar do botão Back. A transição não é instantânea (demora uns três ou quatro segundos, mesmo com o game instalado no disco rígido), mas não deixa de ser uma opção curiosa. E lá vou eu, curtir Halo: Combat Evolved exatamente como ele era dez anos atrás, com texturas meio chapadas e cenários e personagens muito menos detalhados - joguei Halo em 2001 e, na época, os gráficos pareciam bem mais impressionantes, obviamente.

Entre um tiroteio e outro, boa parte da graça do pacote que a Microsoft colocou nas lojas por R$ 99 está em ficar observando como os gráficos evoluíram, e comparar com o visual do game original. Os dois modos são muito bonitos, e dá para acostumar bem com as texturas da versão da geração anterior. O design todo era simplesmente campeão.



Multiplayer vem do Reach 


A melhor decisão da 343 Industries foi agregar as fases baseadas em Halo: Combat Evolved ao multiplayer do Halo: Reach. Parece pouco, mas os seis mapas (e cada um ainda tem mais uma variação) que vêm em Halo: Anniversary dão conta de dar uma cara de novidade ao multiplayer de Halo: Reach. 

O melhor é que dá mesmo para integrar os mapas novos em Reach, já que Anniversary vem com códigos para o download deles - aí o jogador só precisa do disco de Reach para curtir todas as novidades sem precisar ficar trocando o jogo toda hora.

Obviamente, todo o avanço no multiplayer de Anniversary (mesmo sem baixar de novo os mapas no game de 2010 e utilizando só o disco do remake) acumula-se no perfil de Reach. Mais um bom motivo para jamais parar de jogar o clássico do ano passado.

Clássico é clássico...

Jogar assim tanto tempo depois do lançamento original em nada desabona o game. Todos os elementos que fizeram de Halo: Combat Evolved um grande clássico estão ali. Intocados ou melhorados, eles mostram que boas ideias, bom design e uma boa aventura podem sim resistir ao teste do tempo e da evolução tecnológica. Halo: Combat Evolved é um game atemporal que, na minha opinião, divide o mesmo barco de outros grandes clássicos que ajudaram a moldar a indústria como Super Mario Bros. 3, Doom e Street Fighter II.

Com a trilha sonora remasterizada, os extras de multiplayer que também servem no Halo: Reach, as duas opções gráficas, suporte para 3D, legendas em português e, claro, uma aventura de primeira qualidade, é difícil não apontar Halo: Combat Evolved Anniversary como um dos melhores lançamentos do gênero para Xbox 360 este ano.

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