Pesquisar neste blog


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Sonic Generations

Se o Sonic precisou de uma homenagem em forma de game que relembra as melhores fases dos títulos da franquia, é porque alguma coisa andava errada mesmo. Mas revendo estes cenários antigos todos aqui emGenerations, a sensação é que ultimamente (com exceção de Sonic Colors e Sonic & Sega All-Stars Racing) o que rolava era desleixo mesmo. Com o cuidado e um pouco de boa vontade que o ouriço recebeu desta vez, dá para dizer que Sonic continua sendo aquele jogo de plataforma de qualidade que está marcado na memória de que já jogava vídeogame na geração 16-bits.

História não é o forte de Sonic, mas se pararmos para pensar que o herói até já interagiu com humanos (e agarrou uma moça no Sonic The Hedgehog de 2006), a trama de Sonic Generations não é lá de se jogar fora: o ouriço está comemorando seu aniversário com os amigos quando um novo vilão aparece para jogar todo mundo em uma dimensão paralela cheia das fases antigas dos jogos do mascote e, claro, com os próprios Sonic e Tailsantigos. Juntos, eles precisam passar por tudo aquilo de novo e detonar o vilão Eggman.

Cada fase tem dois atos, um clássico, com jogabilidade em 2D, e uma moderna, que parece um Sonic Unleashedque funciona melhor. O design das fases clássicas é muito fiel ao das fases dos antigos jogos do Sonic - muita gente vai derrubar uma lágrima quando começar a jogar na Chemical Plant, por exemplo. Nestas fases 2D, a física também agrada e ficou até melhor que a de Sonic the Hedgehog 4: Episode 1, que sofria com a intrigante falta de inércia, que fazia com que o ouriço continuasse correndo por mais alguns metros mesmo após o jogador soltar o direcional. Mas claro que é muito legal ver fases como Seaside Hill e a infame Crisis City em 2D. Trazer cenários da era atual ao esquema sidescrolling antigo ficou muito legal mesmo e faz a gente perceber que o design dos jogos mais recentes do Sonic era sim muito bom, e que as mecânicas quebradas é que arruinavam tudo.

Nas fases modernas, há uma drástica mudança (para pior, diga-se) na jogabilidade. Como se joga com o Sonicda geração atual, dá para usar homing attack, mas é estranho como ele sempre parece estar lutando contra a gravidade ou algo do tipo. Pula de plataforma em plataforma nunca foi tão... complicado. Nas sequências com visão por trás do ouriço, está bem mais fácil de controlar do que em Sonic Unleashed, por exemplo. A Segaaprendeu mesmo com Sonic Colors, apesar de certas parte mal conectadas dos cenários ainda fazerem o jogador morrer dezenas de vezes. O jogo já flui tão quase automaticamente em boa parte do tempo que fica estranho não haver uma trégua nessas horas.

Além dos estágios normais, há os challenges, que são missões como vencer Sonic ou Knuckles em uma corrida pela fase, terminá-la enfrentando inimigos grandões ou coletar um número determinado de argolas antes do tempo acabar. Tudo com dificuldade na medida, daquela tipo que não deixa você passar de primeira, mas sabe que na segunda ou terceira tentativa vai dar certo. Divertido sim, mas o legal é que terminar os desafios serve para liberar artworks e músicas - estas podem ser ouvidas em qualquer fase. Genial o cara que resolveu colocar a bela música Toxic Caves (da primeira fase de Sonic Spinball) como um dos extras, e só prova que quem trabalhou emSonic Generations no mínimo sabia com o que estava mexendo. Dá até calafrio de ouvir.

Ponto negativo é o game exigir que o jogador termine pelo menos três desafios destes antes de poder enfrentar um chefe. Se o challenge for em uma das fases do Sonic moderno, fica o aviso de que a frustração poderá ser grande, fora o estranho fato do jogo realmente obrigar que o jogador termine os tais desafios para poder prosseguir. Se não precisasse disso, tudo seria mais divertido, porque na boa, depois um tempo fica um saco jogar estes challenges. Será que seria tão difícil simplesmente deixar a galera jogar o game, fase a fase, e chega ao fim sem se preocupar com isso?

Por essas e outras que Sonic Generations não sabe direito o que quer. Quer ser homenagem, mas obriga o jogador a ficar indo em desafios que podem ser mais frustrantes do que divertidos. Quer ser o tão aguardado jogaço do Sonic da geração atual (título que, para mim, ainda é indiscutivelmente de Sonic Colors), mas sofre com problemas de detecção de colisão e inexplicáveis falhas que deixam o personagem preso e que são repetidos a esmo na maioria dos jogos recentes do ouriço.

Como homenagem, dá certo porque é realmente um deleite ver como as fases 2D funcionam bem, e como é bom saber que as músicas clássicas da franquia são tão boas atualmente quanto eram nos anos 1990. Quem conseguir relevar os problemas vai se sentir bem e se divertir com Sonic Generations. Mas o jogo é isso mesmo: um fan service que poderia ter saído melhor se tivesse sido feito com mais controle de qualidade, em vez de apenas carinho e nostalgia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário