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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Forza Motorsport 4
Nem parece que já se passaram dois anos desde que Forza Motorsport 3 chegou para acabar com todo o tempo livre de quem gosta de uma corridinha virtual. Para quem curtiu (ou ainda está curtindo, já que o game tem vida útil indeterminada), a boa nova é que a quarta versão mantém tudo que já havia de bom no título de 2009. E para os novatos, está aí a melhor hora para conhecer a série.
A introdução com cenas em computação gráfica já deixa claro que Forza Motorsport 4 é coisa séria e feita por e para entusiastas do mundo do automóvel. Jeremy Clarkson, um dos apresentadores do programa de TV britânicoTop Gear, faz questão de ressaltar que para ter diversão, não dá para ser sustentável. É preciso queimar gasolina e jogar gás carbônico na atmosfera mesmo. Salvar o planeta? Os ambientalistas que nos perdoem, mas não vai rolar.
Clarkson, cuecas e Pierce Brosnan
Bom, começando pelas novidades: uma delas é o modo Autovista, que permite ver um modelo extremamente bem feito de alguns dos carros mais potentes, caros e desejados do mundo (mas alguns estão bloqueados, então você precisa passar por um desafio antes). Dá para andar em volta do modelo, abrir as portas, ligar o motor, abrir o porta-malas e tudo mais, e com a narração do expert Jeremy Clarkson. Mesmo quem não manja nada de automobilismo vai se divertir ao descobrir que a BMW M5 tem trocas de marcha mais sedosas que as cuecas doPierce Brosnan (é, o Clarkson fala isso mesmo). E vai gostar de saber que na visão de quem manja do assunto até uma Ferrari pode ser feia, ou que uma Mercedes-Benz SLS AMG tem sua caixa de câmbio de dupla embreagem e sete marchas posicionada no eixo traseiro em nome da perfeita distribuição de peso. Vendo um cara desses falar de carro, fica até fácil se interessar de vez pelas máquinas. É pra entrar de cabeça no mundo do automóvel e não querer largar mais.
Na hora de jogar, é tudo familiar para quem já conhece Forza Motorsport 3. Dá para mexer na altura e rigidez da suspensão do carro, na pressão dos pneus, na convergência das rodas, na relação de marchas, tudo isso sem precisar vestir um macacão de mecânico e nem usar aqueles bonés de candidato a vereador dos anos 90. O game ainda tenta explicar como cada mudança dessas afeta o desempenho do carro, e uma útil ferramenta de benchmark mostra na hora como fica a performance dele após as alterações. Tudo faz diferença, igual na vida real, e fica a dica para a galerinha que curte modificar os carros de verdade, socando a suspensão no chão e colocando rodas aro 20 em Gol Bolinha ano 97: vocês não manjam nada e não são legais, e vão aprender isso na marra caso passem uma semaninha com Forza Motorsport 4.
Sem os auxílios como controle de tração, programa de estabilidade e freios ABS, a dificuldade fica brutal, e haja braço para segurar o carro na pista. Depois de começar a domar as máquinas, sobram sorrisos no rosto. O game respeita tanto as leis da física que qualquer erro de cálculo na hora de fazer as curvas ou acertar o carro será culpa do piloto, não do game. Ponto para a Turn 10.
Apesar dos gráficos mais cristalinos que a careca do Steve Ballmer, a visão de dentro do carro dá aquela sensação de que poderia ser melhor, já que a resolução é um pouco baixa e algumas partes dos painéis parecem meio “chapadas” - pelo menos nesse quesito (e também no fato de ter corridas na chuva e mudanças climáticas) o concorrente da Polyphony ainda é imbatível. O restante, por outro lado, dá conta de não lembrar o jogador de que o game roda em um hardware de seis anos atrás. Os modelos dos carros estão espetaculares e os cenários estão ainda mais detalhados, com aquele jogo de luz e reflexo na pista que dificilmente iria acontecer no mundo real, mas que fica lindo no vídeogame. A pena é não poder jogar com carros da Porsche, que ficaram de fora por conta de acordo da montadora alemã com a EA. Pelo menos há as versões de Porsche da preparadoraRUF, mas que não contam com o logotipo da fábrica de Stuttgart.
Venha ser piloto você também
O modo carreira também é parecido com o do game anterior: são dez temporadas, e seu piloto vai ganhando pontos de experiência, dinheiro e afinidade com as montadoras conforme vai vencendo as provas. Pistas inéditas, outras antigas e os bons e velhos circuitos de verdade como Silverstone, Laguna Seca, Hockenheim e Nürburgring estão lá para a alegria de quem jogou Forza 3 e ficou querendo mais. É mais do mesmo sim, mas é tudo feito com tanto cuidado e tão bom de jogar que a gente esquece que já passou mais de 100 horas jogando a versão anterior. Que venham mais 100 horas em Forza 4 então.
Entre as funcionalidades multiplayer, a novidade é o modo Rivais. O negócio funciona mais ou menos como oAutolog dos games de corrida da EA: você completa um evento (que pode ser uma volta rápida ou mesmo um daqueles desafios de dirigir entre os cones ou atropelar pinos) e seu tempo estará lá nos servidores para ser batido por qualquer corredor que ousar desafiar seu ghost car.
O legal é que você joga, e aí o próximo tempo que você tem a bater é de um adversário com tempo logo acima do seu. Nada de desafios impossíveis: bateu o tempo dele, aí sim você corre contra um ghost car um pouquinho melhor. Receber avisos de que alguém bateu seu tempo é a deixa para ficar lá mais um bom tempo tentando quebrar o recorde do cara. É vida útil infinita, como se os 500 carros, 10 anos de carreira, o Autovista e os modos multiplayer normais não fossem suficientes. E ainda tem mais, ainda que não precisasse.
Kinect? Não precisava...
Forza Motorsport 4 foi feito para jogar com controle (ou com volante, que seja). Mas o selo "melhor com Kinect" está lá para lembrá-lo de tirar o pó do seu sensor e ver o que rola. Quando o jogo reconhece o Kinect, já mostra na tela a opção de disputar uma corrida rápida ou uma volta livre sem oponentes. E é só, porque o jogo (ainda bem) não deixa o jogador seguir carreira sem usar controle.
Na corrida, o game acelera, freia e muda de marcha para o jogador - a única preocupação é fazer curvas segurando seu volante de ar. A pena é que, assim como em Kinect Joy Ride, não fazer nenhum movimento com as mãos durante a corrida resulta em ver seu carro fazendo as curvas sem a sua intervenção. É o tipo da coisa para mostrar aos parentes durante um churrasco, e parece ser apenas uma tentativa quase desesperada de fazer o Kinect ter alguma utilidade além dos divertidos jogos de dança e do ótimo Child of Eden.
A outra opção compatível com o sensor é para o modo Autovista, que já funciona muito bem com o controle. Mas usar o Kinect ali não melhora a experiência e ainda pode deixar seu braço cansado. Quer dizer, Kinect e ForzaMotorsport não combinam. Nada disso desabona o game de forma alguma, já que a gente sabe muito bem que o objetivo foi apenas dizer que o sensor é compatível com jogos mais hardcore. Certa a Microsoft, que pelo menos tentou vender seu peixe. Quem ainda quiser jogar com o controle e usar o acessório pode tentar a opção que segue a cabeça do jogador e faz o piloto olhar para os lados seguindo os movimentos. Mas isso é tão melhor utilizando o segundo direcional analógico que só vale a pena tentar para ver como é.
Sambou na cara da concorrência
A discutível integração com o Kinect não desabona Forza Motorsport 4 em nada. O game é completo, lindo, com opções praticamente infinitas, o viciante modo Rivais, e ainda tem o multiplayer normal e a possibilidade de criar clubes de carros (que são tipo clãs) Quem manja de carro vai se sentir em casa, mas o game ainda é amigável o bastante para atrair todo tipo de jogador, e não tem menus maçantes nem faz ninguém sofrer com loadings excessivos. Tem tudo que Gran Turismo 5 tem de bom, mas não tem nada do que estraga o game da Polyphony. Corrida de verdade é aqui, malandro, porque não há opção melhor. Ah, quer corrida com chuva? Então vai lá encarar três horas de loading no Gran Turismo, chapa.
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